O sistema é semelhante em todo o país: com a chamada "escola inclusiva",
os alunos que antes frequentavam o ensino especial passaram a estar
integrados no ensino regular, recebendo apoio especializado dos CRI.
Estes, por sua vez, são geridos pelos próprios agrupamentos ou por
organizações como a Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente
Mental ou as CERCI (Cooperativas para a Educação e Reabilitação dos
Cidadãos Inadaptados).
De acordo com Rogério Cação, os agrupamentos de escolas e os técnicos
dos CRI desenharam os planos de ação antes mesmo do final do último ano
letivo. "Não há nada que justifique este atraso. No ano passado, a
situação já foi grave, porque houve cortes muito sérios no financiamento
dos CRI da zona de Lisboa. Agora, duas semanas depois do início das
aulas, não sabemos sequer se os planos foram aprovados e se o
financiamento se mantém", criticou. Alertou que, "sem garantias, as
organizações não podem avançar" e deu conta da existência de "atrasos
significativos, nalguns casos desde Março, na transferência de verbas do
MEC para CRI do Centro e Norte".
O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE),
Manuel Pereira, confirmou "o atraso preocupante" na chegada dos técnicos
às escolas e sublinhou que apenas ontem o CRI do agrupamento de escolas
da sua área, Cinfães, recebeu autorização para a sua contratação. "A
burocracia que se segue fará com que os alunos não tenham apoio antes de
meados de outubro, o que é absolutamente incompreensível", disse.
Em resposta (...), o MEC assegurou ontem, através do gabinete de
imprensa, que "a aprovação dos planos de ação de 2013/2014 e a respetiva
dotação financeira serão comunicados às entidades que gerem os CRI até
ao final da semana". Acrescentou que, durante a análise destes planos,
se verificou que os critérios para atribuição de financiamento dos CRI
para crianças com problemas mais graves podiam "conduzir à não-concessão
de apoio terapêutico a um número muito significativo de alunos que, em
grau diverso, se comprovou também dele necessitarem". "Face a essa
situação, o MEC adotou procedimentos que permitissem o apoio a todos os
alunos", conclui, escusando-se a esclarecer a que medidas se referia. Em
relação aos pagamentos pendentes relativos a 2012/2013, o MEC disse que
"a situação será regularizada muito em breve".
In: Público
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