16 de novembro de 2008

Normalidade de Vida


Raymundo Veras, especialista brasileiro em Lesões Cerebrais, escreveu um dia:
- Normalidade de vida
Precisamos de dar à criança de cérebro lesado OPORTUNIDADES NORMAIS.
Muitas vezes, mesmo a criança normal demora a falar. Os pais sabendo que o filho é normal, insistem e repetem sempre, diariamente, por meses e até anos a fio, aquelas mesmas palavras. Um dia, a criança começa a balbuciar o que foi exaustivamente ensinado.

Persistência. Muita persistência. É o que recomendamos aos pais de uma criança de cérebro lesado. Tenha entusiasmo. Esqueça a tensão nervosa. Tenha alegria de viver, para poder transmiti-la a seu filho. Afugente a tristeza e tudo correrá bem com a criança. Os pais da criança de cérebro lesado devem ter a mesma persistência em repetir para ela, como a mãe de uma criança normal, para que um dia tenha a alegria de ver a sua criança dando respostas aquelas informações.
Naturalmente, existe uma diferença entre a criança de cérebro lesado e a de cérebro normal. No entanto as duas se igualam na necessidade de informações. A criança de cérebro lesado precisa de mais e recebe menos porque os pais nervosos, ansiosos, tensos, abatidos moralmente, não têm condições de dar estas informações com a mesma frequência, intensidade e duração que os pais de uma criança normal.
Vamos pois, ter grande cuidado, um grande carinho para com a criança de cérebro lesado, não aumentando as suas deficiências, mas ao contrário, tendo como objectivo a retirada desses obstáculos. Os pais das crianças sonham com um remédio milagroso que possa trazer os seus filhos para a normalidade da vida. Sem qualquer despesa, cada família pode fazer com que os seus sonhos se tornem realidade. Tudo isso exige muita perseverança, honestidade e inteligência por parte dos familiares. Só a família inteligente, honesta e perseverante poderá salvar a sua criança de cérebro lesado colocando-a numa faixa de normalidade de vida.
Minha mensagem aos pais é de crença, e de assistência positiva, através de estímulos. Que a criança receba o que toda criança normal precisa para o seu desenvolvimento ontogenético normal, e, às vezes, que receba estímulos acima do normal
Dr. Raymundo Veras

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